sexta-feira, 25 de novembro de 2011

QUADRINHOS EM AÇÃO - UM SÉCULO DE HISTÓRIA

Este livro é uma introdução razoável para quem está começando a estudar as histórias em quadrinhos ou quer conhecer mais de sua trajetória como meio de comunicação de massa.Isso porque é um tanto superficial, deixando algumas lacunas que precisam ser preenchidas por outras obras referenciais das HQs, como o material feito pelo norte-americano Scott McCloud.Ainda assim, o livro possui uma estrutura de fácil compreensão, que aponta os elementos mais marcantes na relação entre os eventos acontecidos ao longo do Século 20 e os quadrinhos. Assim, impele o leitor a procurar material que aprofunde a pesquisa contida em suas páginas.Começando pela contextualização da época em que as HQs eram lançadas como meio de comunicação de massa, no jornal New York World, com a tira Down Hogan's Alley, do norte-americano Richard Outcault, o livro não aborda muito o espectro artístico dos quadrinhos - ainda que tenha o mérito de expandir seu escopo e mencionar obras do mundo inteiro, desde o belgaTintim até os mangás.O texto expõe o desenrolar das Guerras Mundiais e o macarthismo como momentos de profunda influência nos quadrinhos, além de enumerar grandes nomes do mercado ao longo das décadas, com destaque para o "Orson Welles" dos quadrinhos, Will Eisner.Ao descrever as mudanças ocorridas na década de 1960, a obra aborda os lançamentos do francês Asterix, da brasileira Turma da Mônica e das obras do japonês Osamu Tezuka. E também fala do crescimento da popularidade dos quadrinhos e da sua ascensão como objeto de admiração, com a exposição no Museu do Louvre, na Paris de 1967.Depois disso, o livro destaca as grandes mudanças na indústria dos quadrinhos na década de 1980, tanto em termos estruturais, com as comic shops e os grandes eventos; quanto em relação às suas histórias e teor narrativo, com destaque para a obra de Frank Miller, Batman - O Cavaleiro das Trevas, e vai até o sentimento geral dos anos 1990, com a desilusão em massa e a crise dos valores e perspectivas dos Estados no período pós-Guerra Fria.Feijó conclui mostrando o crescimento do número de desenhistas brasileiros que passavam a trabalhar para grandes editoras norte-americanas na época. Em 1997, o destaque era o paraibano Deodato Filho, hoje amplamente conhecido como Mike Deodato Jr.Percebe-se, portanto, que o livro é datado. Mas, ainda assim, por trazer exemplos de estudiosos, quadrinhistas e obras do mundo inteiro, oferece a quem começa a enveredar pela arte sequencial uma leitura agradável, tranquila e útil.

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