sexta-feira, 16 de março de 2012

HOMEM-ARANHA E BATMAN...

Dentre as variadas e exaustivas características que a pasteurizada fórmula dos crossovers ainda comporta, pode-se dizer que as semelhanças entre atitudes, princípios e origens dos heróis protagonistas marcam presença obrigatória em qualquer um desses encontros.

Uma válvula de escape que pouco adianta na vã tentativa de fugir dos clichês padrões do tipo.

Aqui, então, nem se fala: talvez nunca antes dois dos maiores cruzados norte-americanos, rivais diretos na preferência de numerosos leitores, foram tão refletidos num pacto forjado a contragosto de um deles - adivinhe quem!

Não só Homem-Aranha e Batman, mas também seus algozes aqui escolhidos - Carnificina e Coringa - quedam no mesmo panorama, ao seu próprio modo, de comparações distorcidas, aliança fugaz e derrota conjunta após um mirabolante plano de "lobotomia para insanidade" fracassar, resultando no embate quádruplo prometido desde o início.

O interessante é que, ao final, os vilões não se unem e preferem resolver suas diferenças na base da violência, involuntariamente ajudando suas contrapartes heroicas.

O que resta é apenas, como não poderia ser diferente, uma espécie de homenagem paliativa aos dois grandes nomes da Marvel e DC Comics, donos da preferência de 8 entre 10 leitores de quadrinhos mundo afora.

Sobre os desenhos, Bagley já mostrava seus talentos acrobatas e perfil esguio do escalador de paredes alguns anos antes de embarcar na longeva parceria com Brian Michael Bendis no universo Ultimate do personagem. Aqui e ali nota-se alguma influência daqueles anos menos talentosos, mas, de modo geral, seu traçado pouco mudou deste então.

Uma leitura rápida e sem pretensões é o que se pode esperar desta aventura especial, como só ocorre neste gênero, terminando na já clássica cena posada da dupla de heróis sobre a cidade.

Não houve ganchos para uma continuação, o que não impediu que ambos se encontrassem uma segunda vez.

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