A editora Nemo lança no Brasil, a revista em quadrinhos Era a guerra de trincheiras, do francês Jacques Tardi. A história mostra as situações desumanas e o horror enfrentado durante a Primeira Guerra Mundial.Baseado em extensa bibliografia e filmografia (que vai desde Charles Chaplin até Ernest Hemingway), Tardi contou ainda com ajuda de seu documentarista, Jean-Pierre Verney. Sua intenção não é contar uma história cheia de heróis e aventuras, e sim ilustrar um momento doloroso e traumático dos homens, num "grito gigantesco de agonia", como afirma na apresentação do álbum.Influenciado pelos relatos do avô, Tardi usa esse álbum como uma forma de denúncia pelas circunstâncias deploráveis em que se encontravam os combatentes, por meio de relatos de testemunhas que ele buscou por conta própria. As histórias mostram acontecimentos, reflexões e até mesmo paranoias causadas pelos horrores presenciados. Uma delas fala sobre Gaspard, um soldado que caçava ratos. Uma noite teve seu abrigo inundado, mas conseguiu fugir. Quando foi encontrado, estava quase irreconhecível por conta do irônico destino que lhe foi reservado. A tristeza, o medo da morte iminente, a saudade da família e a vontade de voltar para casa são só alguns dos temas trabalhados nessa obra ganhadora do Eisner Award (melhor trabalho baseado em fatos reais e melhor publicação americana de material estrangeiro), entre outros prêmios.O traço de Tardi pode agora ser conferido na versão brasileira, com tradução de Ana Ban, que chega ao Brasil com capa dura, no formato 22,5 x 29,5 cm, com 128 páginas ilustradas em preto, branco e tons de cinza.Jacques Tardi nasceu na França em 1946 e começou sua carreira como quadrinista no final da década de 1960. Tardi tem produzido vários quadrinhos e graphic novel santi-guerra, focando principalmente o trauma coletivo europeu da Primeira Guerra Mundial, como o Era a guerra de trincheiras.
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