O Coringa fora criado a partir de uma foto de Conrad Veidt no filme "The Man Who Laughs" (1928) trazida pelo roteirista Bill Finger, e uma carta de baralho trazida pelodesenhista Jerry Robinson.[3]
Apesar de haver diversos relatos e histórias, a real origem do Coringa - assim como seu verdadeiro nome - ainda é um mistério. Apesar de em "Batman: A Piada Mortal" (1988) ele contar seu passado (a versão mais conhecida e aceita), na própria revista há um momento em que há confusão. Próximo do fim, na discussão sobre origens, o Coringa diz que ele próprio se confunde com o que ocorreu. "Não sei ao certo o que aconteceu. Às vezes me lembro de algumas coisas, às vezes não me lembro de nada... Se é para ter um passado, prefiro que seja um passado com múltiplas escolhas!"[4]
Uma das versões fala de Joseph Kerr, uma criança problemática: vivia psicologicamente no seu mundo isolado após a separação de deus pais. Seu pai, em um momento de raiva, ao ver Joseph chorar, perguntou porque ele estava tão serio, e logo depois cortou a boca de seu próprio filho, deixando-o com uma cicatriz no lado esquerdo do rosto. As crianças com quem estudava o consideravam estranho, mas ele dizia que ele nao era estranho e sim todos os demais o eram. Em resposta, sua colega disse que se todos eram estranho e ele era único normal, ele continuaria sendo considerado estranho. No mesmo dia, ele arrumou briga com um colega de escola e fez o garoto ir para o hospital e levar 12 pontos na cabeça. Após ter sido expulso de 3 escolas, ele desistiu dos estudos. Foi levado ao psiquiatra, mas nunca mudava sua personalidade estranha. Seu pai o considerava louco e desconsiderava ele como filho. Um dia, já atingida sua adolescência, ele fugiu de casa e incendiou a casa com seus pais dentro, e enquanto olhava a casa queimar cortou a outra parte de sua boca formando um sorriso completo em seu rosto. Nao se sabe o que ele faz a partir de então: acredita-se que ele virou ladrao de joalheria e assumiu o nome de Jack Napier até assumir o personagem Coringa.
Outra versão diz que ele era um ex-engenheiro químico com uma família para sustentar, e após ser demitido descobriu que sua mulher tinha câncer. Ele então buscou dinheiro para um tratamento, trabalhando como piadista, mas ninguém achava graça nele. Então ele se juntou com um grupo de ladroes e foi roubar uma fábrica de produtos químicos, e assumiu nesse dia o vulgo disfarce de um criminoso conhecido como Capuz Vermelho. Durante um assalto mal-sucedido, Capuz Vermelho caiu em um barril de substâncias químicas perigosas para escapar de Batman. Capuz Vermelho tenta assaltar uma fábrica e quando Batman e Robin invadem o lugar, o Capuz Vermelho cai acidentalmente num tonel de produtos químicos. É dado como morto, mas 10 anos depois ressurge completamente louco, com pele branca e cabelos verdes.
Há ainda uma terceira versão, amplamente aceita, em que o Coringa tem seus problemas de infância (como contado na primeira versão), e ao crescer, decide roubar uma fábrica da companhia de cartas, para se vingar de sua demissão do cargo de engenheiro químico, e, ao tentar fugir, se joga em um duto com o que seria o lixo tóxico proveniente do material que pinta as cartas. O resultado é o desconhecimento de seu paradeiro, já que este assume nova personalidade ao mudar sua figura. Cabelos verdes, lábios vermelhos e pele branca tornam-se a nova marca registrada do personagem.
Após roubar e matar diversas pessoas, ele encontrou sua alma gêmea, seu equivalente: o Batman. Daí em diante, o Coringa dedica sua vida a desafiar o herói e a combatê-lo, causando pânico e terror para atingi-lo.
Em sua primeira aparição, em 1940, o Coringa era um ladrão de joalherias, que matava as pessoas presentes no local do assalto. Nos anos 1940 e 50 o Coringa sempre aparentava morrer mas nunca recuperavam seu corpo. O personagem se alterou para uma versão mais amena em 1960 devido ao Comics Code Authority, que vigiava o conteúdo das histórias em quadrinhos. O personagem voltou a uma versão próxima a original em 1973, quando Dennis O'Neil e Neal Adams criaram um Coringa maníaco homicida obcecado com Batman.
Em 1953, a Editora Brasil-América Ltda., a Ebal, do Rio de Janeiro, que lançou as histórias em quadrinhos do Batman no Brasil decidiu que a palavra Curinga, o sinônimo correto para o Joker (em inglês), era muito feia e trocou-a por Coringa. O alter ego do Coringa é Joseph "Joe" Kerr, ou no filme de 1989, Jack Napier.
O Coringa é um grande humorista, e usa armas inspiradas em comédia. Estas incluem umaluva com dispositivo elétrico (que dá um choque letal), tortas de cianureto e uma flor que espirra ácido. Sua marca registrada e, ao mesmo tempo, arma mais perigosa, é o gás do riso, mais conhecido como "Veneno do Coringa", que força a vítima a rir tão histerica e descontroladamente que acaba por provocar-lhe um colapso fatal. Após a morte, a substância enrijece seus músculos faciais e a deixa com um sorriso enlouquecido, idêntico ao do próprio Coringa, e ainda esbranquiça a sua pele, de modo a torná-la praticamente uma cópia do vilão. Por vezes, o Coringa usa doses de soluções mais fracas do veneno, a fim de apenas deixar a vítima rindo por algum tempo, visando incapacitá-la de lutar contra ele ou de perseguí-lo, mas sem matá-la. Ele, obviamente, é imune ao escuro disfarçado de gente rica.
Por mais de uma vez o Coringa demonstrou a força e resistência anormal dos loucos, embora, ao contrário do arquiinimigo Batman, não seja um perito em técnicas de luta. Neste estado de insanidade, é um combatente hábil, capaz de segurar uma briga contra o homem-morcego, e algumas vezes subjugá-lo. O curioso é que, apesar de louco, o Coringa é um homem inteligentíssimo, armando esquemas elaborados e possuindo conhecimentos profundos de química, genética e engenharia.
Pode-se dizer ainda, que o Coringa, graças a seu oportunismo, e avançada inteligência, tem, em uma série de situações, a capacidade de levar os outros à total e decadente loucura. Nota-se tal ardil no filme Batman - O Cavaleiro das Trevas, quando o Coringa entorpece o bom senso de Harvey Dent, subjugando-o às loucuras niilistas de seu subconsciente, quando por fim o promotor acaba por se tornar o Duas-Caras.
A respeito ainda em A Piada Mortal, do roteirista Alan Moore, o celebre "palhaço" tenta enlouquecer o comissário Gordon. Nesta história é revelada a origem de sua insanidade, quando ele, que trabalhava como comediante, estava desesperado por não conseguir emprego e cada vez mais se afundava em dívidas. Nesse período, perdeu sua esposa Jeannie, que estava grávida de seis meses, vitimada por um choque elétrico, em um acidente com um eletrodoméstico. Pressionado pelas dívidas, no mesmo dia da morte de sua mulher, aceitou participar de um plano para roubar uma indústria química. Na noite deste mesmo dia, invadiu a referida indústria com outros dois criminosos, mas ao ser surpreendido pelos seguranças do local e o Batman junto com eles, seu desespero foi tamanho que não hesitou em mergulhar no rio onde a fábrica despejava seus resíduos químicos. Batman, ciente dos riscos que tal atitude representaria, não o perseguiu. Assim, nadando, o comediante conseguiu fugir. Porém, quando chegou à margem, sua pele coçava e tinha um ardor intenso, indicando alguma interação química com os resíduos jogados no rio. Preocupado com o que aquilo poderia ser, verificou seu reflexo em uma poça d'água, onde constatou que realmente não havia escapado ileso, pois sua pele se tornara branca, seus cabelos verdes e os músculos de seu rosto haviam se contraído severamente, deixando-o com um indelével sorriso, de aparência histérica. O choque dessa metamorfose inesperada, aliado aos problemas que já vivia, foi maior do que a sua mente já terrivelmente atormentada poderia suportar. Assim, o comediante perdeu definitivamente a sua sanidade mental e ganhou a bizarra aparência que carrega desde então, adotando o nome de Coringa, devido à recém-adquirida semelhança física com a figura costumeiramente impressa nessa carta de baralho. Ao longo da narrativa ele mencionou que essa era a sua distância para o resto do mundo: "Apenas um dia ruim!".
Como exemplo mais avassalador da habilidade para enlouquecer suas vítimas, vale citar que em um encontro entre o Super Homem e o Batman, o Coringa envenena Lois Lane com uma poção, dando 24 horas para que se fosse encontrada a cura. Juntos Super Homem e o Homem Morcego vão inutilmente à busca do antídoto. No fim dessa empreitada, o homem de aço decide levar suas ações às últimas consequências, decidido a matar o Coringa, caso o famigerado insano não lhe desse a cura.
No último instante, Superman, preparado para esmagar o pescoço do Coringa, é impedido pelas palavras de Batman, que encontra-se praticamente desmaiado no chão, graças ao golpe que sofrera tentando impedir o assassinato do azulão. Super tocado com as palavras de Batman, ajoelha-se chorando, aceita a derrota e desiste de destruir o Vilão. O Coringa gargalha incessantemente… explicando por fim que na verdade após 24 horas Lois Lane acordaria completamente saudável. Batman finalmente levanta-se e ajuda o super a recompor-se.
A grande piada do Coringa é que, apos ser morto pelo Super Homem, e esse descobrir que havia exterminado um louco que não havia matado ninguém, Super, amargurado pela culpa, nunca mais conseguiria lutar pela justiça, ou ao menos nunca mais seria o mesmo. A intenção do coringa era levar o herói de Metrópolis à loucura por ter matado um inocente, e por tal infame piada o Coringa estava disposto até mesmo a morrer. O Batman, graças à própria astúcia, entende no último instante tal plano demente. Super Homem vai embora com admiração pela capacidade de seu melhor amigo em conviver dia a dia com tal nível de demência.
Tal quadrinho mostra que tal capacidade de enlouquecer é tão poderosa, que quase levou o velhaco "Joker", a vencer o herói mais poderoso do mundo DC, se não fosse a esperteza do detetive de capa preta.
Sempre com sarcasmos à flor da pele, constroem situações nos quais as vítimas passam a acreditar que elas mesmas tem um percentual de culpa por alguma catástrofe, provocada, claro, pelo Coringa.
O Coringa também conseguiu sobreviver a inúmeras situações mortais, tendo sido atirado de precipícios, electrocutado, pego em explosões e baleado diversas vezes e sempre voltando.
A lista de atribuições de Coringa é considerada "invejável". Se trata de um sádico, psicótico, maníaco e homicida. Porém, acima de tudo, um gênio! Ele tem um elevado conhecimento químico, de engenharia, explosivos e de psicologia.
Não se sabe exatamente de qual tipo, mas Coringa tem um certo conhecimento de artes marciais, embora rudimentares, não sendo possível compará-lo ao Batman nesse quesito. Ele tem uma estrutura corporal superior, sendo mais flexível, resistente e forte. O que faz o Coringa ser um tanto invejado por Batman, é algo que nenhum outro vilão seu faz, que é sorrir diante de um fracasso ou de uma derrota; e isto é algo que Batman nunca consegue compreender realmente, causando também uma certa obsessão pelo vilão.
A mente de Coringa é algo tão complexo quanto se pode imaginar. Ele nunca é capturado definitivamente, e sua personalidade e suas maneiras de proceder, que são únicos, diante de uma situação são que fazem dele um vilão que tem mais fãs do que muitos super-heróis.
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